DIÁRIO DA SARITA

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A MORADA PARISIENSE DE PAOLA NAVONE















A rue du Faubourg Saint-Antoine, no 11º arrondissement – um dos bairros residenciais mais importantes da cidade, que foi o coração da Paris revolucionária e das grandes revoltas operárias do século 19 –, é uma rua animada, com muito movimento e agitação, hoje uma região de artesãos e produtores de móveis. Os pátios que se abrem por trás dos portões e cancelas parecem criados para que possamos sair com suavidade do caos da cidade. Nessa rua, passando por um portão ao qual se seguem corredores e pátios, chega-se à morada parisiense da arquiteta e designer Paola Navone, subindo uma escada que já é um mergulho em outra dimensão: nua, desconexa, deteriorada.

Assim que se transpõe a soleira, o que chega como um esplendor ofuscante são as 12 grandes janelas que percorrem as quatro paredes principais. Um espaço imenso, nu, simples, que Paola deixou assim como lhe foi apresentado na primeira vez: “O projeto já estava feito”. Não era nenhum projeto concebido na prancheta, mas um espaço vivido e em contínua transformação – com piso de madeira e tijolos nas paredes. Uma estrutura maravilhosamente enriquecida com os objetos da arquiteta, suas criações e peças recolhidas em intermináveis viagens.

O espaço que se abre diante dos olhos é branco, alegre, incandescente, surpreendente, como aqueles que ela sempre recria em suas performances visuais. Sentimo-nos um pouco como Alice no País das Maravilhas, porque somos pequenos diante de seus objetos gigantescos, quase todos fora de escala: do grandioso sofá branco com “um milhão” de almofadas – projetado por ela para a Casamilano – à descomunal luminária Naska Loris; da portentosa mão de madeira das Filipinas ao longo armário com detalhes de ferro, que divide a cozinha dos demais ambientes; do lustre com esqueleto de crinolina, decorado com flores de seda, ao pendente Koushi, de gaze branca, do fotógrafo americano Mark Eden Schooley.




fonte:Casa Vogue

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